O PROFESSOR COMO MEDIADOR MIDIÁTICO
Por: Jorge Schemes
Século XXI, século da comunicação, século da informação, da era digital e dos espaços virtuais. É dentro deste contexto que a escola pós-moderna está inserida como uma verdadeira "ilha de resistência" ao novo, ao diferente, às mudanças instantâneas da era da informática e da robótica. Digo "ilha de resistência" porque a escola, na grande maioria dos casos, ainda é um espaço de disritimia entre o que ocorre no mundo regido pelo mercado financeiro e o que ocorre no universo da práxis pedagógica. Não receio em afirmar que a escola, formatada do jeito que está, e estruturada como um espaço de reprodução e cópia cognitiva, é, de fato, uma continuação de um projeto medieval de subordinação do pensamento próprio, da identidade própria e das diferenças. Aliás, o objetivo deste projeto milenar é buscar a unidade (uniformidade) na diversidade, pois é regido por uma concepção ultrapassada de ser humano, a concepção metafísica. Sendo assim, a escola não pode cumprir plenamente com o seu papel social, cultural e educativo, pois suas açõs e operações não visam os sujeitos deste tempo histórico e social.
A sala de aula, com sua estrutura física obsoleta, nos remete a posturas atitudinais de fragmentação do conhecimento e pseudas práticas de ensino, nas quais, os sujeitos não conseguem estabelecer uma conexão lógica e uma coerência entre o conteúdo informado e transmitido com as suas realidades. Diante da reflexão sugerida, qual a exigência do contexto histórico, social e econômico para a formação docente? Qual o papel do professor no contexto da era da informação? Certamente que não pode e não deve ser o mesmo de 30, 20, 10, 5 ou um ano atrás. Cada vez mais, o mercado financeiro como um organismo vivo, e não propriamente as políticas públicas voltadas para a educação, é que está ditando as regras e a necessidade de inovação.
A escola ainda é um organismo morto dentro de um organismo vivo, dinâmico e repleto de transformações e mudanças. Neste sentido a escola ainda é uma ilha de resitência, mas não por muito tempo. A inovação na estrutura da escola será inevitável diante dos avanços das tecnologias. O contexto emergente sugere a necessidade de inovar métodos, práticas, didáticas, currículos, formação docente e infra-estrutura. O professor inteligente saberá por meio da intuição e de uma atitude pró-ativa o caminho que deverá seguir daqui pra frente. Este caminho é primeiramente um caminho de descontrução e reconstrução permanente no aspecto cognitivo. Mas também é uma caminho de busca e de esforço intelectivo. Pois diante das novas tecnologias e da avalanche de informações dispostas e disponíveis nos substratos digitalizados, o professor atuará mais como uma mediador midiático do que como interlocutor.
O mediador midiático será capaz de "ler" e "interpretar" as diferentres fontes de informações, bem como de promover os parâmetros necessários para filtrar os conteúdos entre aquilo que é relevante e aquilo que é banal. O professor midiático deverá ter sólida fundamentação ética e moral, de tal maneira que contemple com a sua postura e com suas atitudes a diversidade presente no ambiente de ensino e aprendizagem, seja ele virtual ou físico. São os valores presentes na prática docente que farão a diferença na apreensão do conhecimento, que cada vez mais desenha-se como sendo autobiográfico. O professor midiático deverá ter o domínio técnico dos novos suportes da informação, esse é o requisito básico para trabalhar com a informação, a qual já possuí um mundo próprio e viaja na velocidade da luz. O desafio maior para o professor midiático será estimular a transformação de informações relevantes em conhecimento cientificamente válido e eticamente aceitável.
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